terça-feira, junho 13, 2006

Hoje é sobre jornalistas III

E o sentido crítico imanente do “politicamente correcto”, inquisidor e moralista não estará a fragilizar a estrutura e as defesas de um regime representativo que se quer vigoroso e verdadeiramente democrático? Não nos falta um outro ângulo de visão?

É uma pergunta porventura imprudente, mas inocente, sem mais:
Que futuro teria (em termos de carreira e afirmação) um jovem redactor de direita (nua e crua) independente, em Portugal, num órgão de comunicação social generalista de grande tiragem?
Na comunicação social, onde está a "direita dos valores"? Um jornalista com convicções pessoais, por exemplo, contra o aborto, patriota e católico? E independente? E sem concessões aos herdeiros dos históricos “totalitarismos” de esquerda, agora de mangas de camisa ou “caviar”?
O facto de as faculdades não fornecerem este perfil sociológico para o mercado de trabalho é sinal de extinção do mesmo?
Parece-me que estamos todos adormecidos com o modelo imediatista da “saciedade de consumo” do liberalismo pós-moderno, individualista, hedonista e fracturante.
Uma questão que deveria começar a incomodar também a esquerda democrática.

Ilustração: Guernica (Pablo Picasso)

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