segunda-feira, junho 12, 2006

Clamar no deserto

Gosto muito da Luísa Schmidt. Mais uma vez, na Única, Luísa teve de dizer o que deveria ser óbvio mas parece não o ser, a propósito do parque de estacionamento para o Largo Barão de Quintela:
«Promover o estacionamento automóvel numa zona onde não deveria sequer ser permitido que ele circulasse, dá bem a medida da mentalidade governante».

Aprovada por 1 - voto - 1 de «qualidade» de Fontão de Carvalho, esta é uma obra que contraria o mais elementar sentido de Cidade e, já agora, de cidadania.

Contra as vozes esclarecidas - como a de Raquel Henriques da Silva - contra os cidadãos de Lisboa, contra a inevitabilidade de o automóvel não ter lugar para destruir a Capital mais do que já destruiu, continuamos a incentivar o caos onde ele já corroeu o ambiente, o quotidiano e, em suma, a nossa vida e daqueles que hão-de vir. Com outra mentalidade, espero bem.