Pegando na deixa
Confesso que demorei a entender algo que me fez espécie, desde a primeira noite em que entrei no Snob: Como era possível ter conversas supostamente confidenciais, ali todos sentados uns em cima do colo dos outros. Mais tarde percebi: aquilo era tudo tão confidencial como a agenda da Lili Caneças. As pessoas falsamente sussurravam para serem ouvidas e a coisa era mais ou menos como um leilão «O meu exclusivo é mais exclusivo do que o teu».
Eu, se me permitem a viagem pela Memory Lane, pertenci a um outro grupo que berrava ostensivamente pedindo mais Bushmills de malte ao Hernâni no Targus e depois ia engatar actrizes e modelos ao Frágil ou ao Mahjong. Raramente comíamos bifes, era mais pernas.
Mas, se quisermos fazer aquilo a que hoje os marketingueiros chamam o benchmark, sempre preferi O Juvenal. Assume a sua pequenez. É cozy. A comida é melhor, os preços são melhores, o serviço é - indubitavelmente - muito melhor. Não sendo uma catedral, como barafusta o Rui num comentário ao post abaixo, é mais uma capela.
Finalmente, confesso ainda que sempre me encanitou que mal alguém tivesse estatuto para dar à luz uma crónica, logo aproveitasse para falar do Snob, do bife do Snob, do whisky do Snob, como se isso interessasse ou fosse prova de pertença a um clube qualquer restrito que nunca percebi qual era (Nem o Pedro Mexia escapou, malgré lui). Dixit.