"Cavaquês"
Uma das novas faces da nova Presidência da República, desde que Cavaco Silva ocupou o Palácio de Belém, para além do estilo, que é outro, tem-se revelado no discurso. Ao que ficou conhecido como "sampaiês" (que exportámos agora para o mundo, via ONU) sucede um discurso mais concreto, afirmativo e, em especial, minimanente perceptível. A iniciativa da COTEC, esta semana, é exemplo disso. Em vez dos desejos vagos de troca de ideias, de experiências entre os países que são parceiros da associação, surgiu um PR a propor um "Conselho para a Globalização" e a utilizar um discurso raro nos inquilinos de Belém: "O empreendedorismo não nasce de geração espontânea. Deve ser incutido, cultivado e incentivado. É indispensável que haja formação para o empreendedorismo. Nas escolas, institutos e universidades, nas associações empresariais". Cavaco lembrou que o Conselho Europeu de Lisboa, em 2000, definiu o "espírito empresarial" como uma competência básica que o sistema educativo e a aprendizagem ao longo da vida devem proporcionar. E disse que espera que essa mudança seja implementada no País. Aí está o "cavaquês", que, para já, se vê que não vive apenas de meros recados e boas intenções.