Crónica de um jornalista do regime (I)
Hesitei em aceitar o amável convite para abrilhantar a panóplia de escribas que proliferam como cogumelos ostreatoroseus (ou mesmo como pleurotos) na chamada blogosfera, local onde julgo serem discutidas magnas problemáticas. Digo julgo, porque não tenho a certeza, o que significa que me penalizo, imerso em dúvidas sistemáticas (ou estarei emerso?). Mas, chegado à primeira crónica, e apesar da minha vasta experiência na comunicação tradicional, embatuquei na temática e bloqueei na folha em branco. Sobre a questão das caricaturas dinamarquesas, penso estar tudo dito nos recentes comunicados governamentais, com os quais concordo à linha e, porque não dizer, até à vírgula. O próprio ministro já me tinha explicado aquela complexa formulação, mas eu ainda não mantinha este espaço de reflexão, pelo que fui forçado a guardar o segredo só para mim, em vez de o partilhar. Enfim, há outros temas de importância nacional e internacional, mas já me cansei com esta longa primeira crónica. Da próxima vez, prometo falar-vos de coisas ainda mais importantes.
Do vosso Manuel Encómio