sábado, agosto 18, 2007

Mendes no Pontal, segundo VPV

"Marques Mendes a cumprimentar os militantes de mesa em mesa (uma hora segundo um jornal, 20 minutos segundo outro) é a própria imagem do desespero. Alguém lhe devia ter dito que ficasse quieto ou mesmo que ficasse em casa, como fizeram, e muito bem, as notabilidades do partido".

"O discurso de Marques Mendes, demagógico e absurdo, não o recomenda para primeiro-ministro. Um comício desvaloriza por definição qualquer crítica séria, muito especialmente se ela vem à mistura com propostas como o reforço da Junta Metropolitana do Algarve, que não passa de um recado grosseiro a uma audiência de ocasião".

"No Pontal, Marques Mendes perdeu autoridade, sem ganhar um voto. E permitiu até que o inconcebível Bota o acusasse com alguma verosimilhança de oportunismo e de inconsequência".
Vasco Pulido Valente, Público
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Há uma semana critiquei aqui o VPV, o colunista que mais admiro e o único que acho genuinamente imperdível, por não conseguir ver os erros enormes que Marques Mendes tem cometido à frente do PSD. Na edição de hoje do Público, VPV conseguiu analisar com frieza e distância o que se passou na Festa do Pontal. E não se limitou a fazer como José Pacheco Pereira, para quem algumas conversas de day-after chegaram para zurzir nos jornalistas e culpá-los pela má figura do líder do PSD no Algarve, sobejamente retratada na imprensa. Embora tenha visado Marques Mendes como nunca o vi fazer, VPV de certeza que leu os jornais, viu as televisões, falou com pessoas e foi construindo a sua opinião ao longo da semana. Arrasou Menezes e Mendes Bota de caminho, mas deixou Mendes em muito piores lençóis. Embora VPV tenha dito há dias ao Diário Económico que Mendes e Mário Soares eram praticamente os únicos que tinham uma espécie de casca dura para não cortarem relações com ele, apesar da violência dos seus escritos, eu acho que este artigo abriu feridas profundas. Mendes pode ser para VPV o tal "homem civilizado e amável", só que não deve esquecer o que está plasmado naquele artigo. Um retrato fiel do que se passou lá em baixo e um aviso para o tipo de política que esta direcção do PSD está a fazer. Um aviso destes, vindo de quem vem, tem que pelo menos ser levado muito a sério.