Cinco notas sobre a noite eleitoral
1. A grande taxa de abstenção é um fortíssimo cartão amarelo mostrado pelos eleitores à classe política. A toda ela, sem excepção. Um cartão mais do que justificado.
2. Os dois candidatos independentes, Helena Roseta e Carmona Rodrigues, somaram 27 por cento. Uma percentagem que deve fazer reflectir a classe política. Não só em Lisboa: no País também.
3. Paulo Portas regressou há três meses à liderança do CDS a pretexto de levantar o partido. Só conseguiu afundá-lo ainda mais. Com o pior resultado de sempre em Lisboa. Ribeiro e Castro está vingado.
4. O PSD ofereceu de bandeja a vitória eleitoral ao PS na mais apetecida câmara do País. Por clamorosos erros estratégicos de Marques Mendes que em tempo útil foram denunciados em toda a parte (até aqui). Mendes só tem uma solução: sair sem mais demora.
5. Este resultado demonstra que a maioria teimosamente mantida na Assembleia Municipal de Lisboa, sendo legítima em termos formais, tornou-se ilegítima em termos políticos: a vontade dos eleitores mudou, a AM também devia ter ido a votos. A sua presidente, Paula Teixeira da Cruz, agarrou-se ao lugar, recusando ser escrutinada. Nota zero para o seu comportamento político.