CDS: é tempo de fechar a loja
O CDS, rachado ao meio, afogado em mesquinhas questiúnculas internas, fornece hoje aos portugueses o pior retrato que pode haver em política: um partido pequenino, que se torna mais minúsculo ainda pela falta de qualidade dos protagonistas que se guerreiam em busca das migalhas que sobram e do eco cada vez mais remoto do prestígio que tiveram os seus fundadores, Diogo Freitas do Amaral e Adelino Amaro da Costa. Nenhum dos actores actuais está à altura deste legado histórico: o tumultuoso Conselho Nacional de domingo, que terminou em berraria, insultos e quase confrontação física, só demonstra que este partido deixou de poder cumprir o papel que devia no espectro político português. Inútil tentar descortinar quem tem razão neste telenovela mexicana: aquilo já não tem conserto. Apetecia-me sugerir a Ribeiro e Castro que reunisse a banda num lauto jantar de despedida, à maneira do que fez o Movimento de Esquerda Socialista nos idos de setenta, e fechasse a loja com esse copioso repasto. Só há um problema: da maneira como as coisas andam, eles não conseguem entender-se nem na escolha de um restaurante para jantar.