Falar mal e pensar pior
Anda por aí um certo jornalismo que se vai multiplicando em pleonasmos, redundâncias e todo o tipo de incongruências, o que constitui um notório sinal dos tempos. A clareza da expressão associada à clareza do raciocínio é hoje um valor de baixa cotação no mercado informativo. A velha divisa dos praticantes deste ofício - «claro, conciso e compreensível» - torna-se estranhamente obsoleta perante a proliferação de expressões como «pequena aldeia», «um grande beijinho», «entrou dentro do edifício», «estádio completamente cheio», «aquela multidão de gente», «uma pequena minoria», «todos foram unânimes», «conclusão final» ou «repetiu novamente a dose». Anotei tudo isto só a título de exemplo, em peças jornalísticas recolhidas nos últimos dois últimos dias.
Há uns anos, nenhuma das frases atrás mencionadas passaria no crivo da mais incompetente das chefias. Hoje ouvem-se alguns jornalistas muito «conceituados» proferir dislates destes. Resultado? O discurso informativo vai perdendo qualidade de dia para dia. Falar mal é meio caminho andado para pensar ainda pior.
Há uns anos, nenhuma das frases atrás mencionadas passaria no crivo da mais incompetente das chefias. Hoje ouvem-se alguns jornalistas muito «conceituados» proferir dislates destes. Resultado? O discurso informativo vai perdendo qualidade de dia para dia. Falar mal é meio caminho andado para pensar ainda pior.