26 anos
4 de Dezembro de 1980. Lembro-me como se fosse ontem. Estava a ver o Telejornal, da RTP-1, que na altura era o único, quando a notícia saiu do ecrã, como se fosse fogo. Nos dias seguintes vieram os directos de Camarate, os desenhos com a trajectória fatal. O enterro de Estado. Até hoje passaram vinte e tal anos de suspeitas, comissões de inquérito, revelações fantásticas, algumas mais ou menos esperadas (como a da semana passada). Mas uma coisa é certa, Camarate, não tendo sido julgado com todos os indícios fortíssimos que existem, é uma ferida aberta na sociedade portuguesa. E uma Nação não está bem quando o corpo está doente.
P. S. - Marques Mendes faz bem ao evocar Francisco Sá Carneiro da forma como irá fazer hoje. Mais do que uma missa, seguida de palavras à saída, o presidente do PSD faz também um almoço-conferência na Doca de Santo. Onde irá falar de Sá Carneiro aos jovens. A seguir fala Marcelo Rebelo de Sousa. Fica bem, sobretudo numa época em que a memória é escassa e as novas gerações não conhecem os políticos de hoje, quanto mais aqueles que fizeram História e ajudaram a consolidar a democracia que temos.