Debaixo do pavimento, a direita
Manuel Monteiro desafia a direita a sair do armário e «assumir-se». Proponho, desde já, duas iniciativas para este efeito:
A primeira, à semelhança do que a C.M.L. patrocinou no período João Soarista para os gays, a publicação de um roteiro da Direita. «Onde comer», partilhando à mesa as conversas sobre o tempo em que Rolão Preto era vivo em torno de uma refeição integral; «Onde dormir», sonhando em hotéis de charme com o regresso de Salazar num dia sem nevoeiro e «Onde fazer amigos», agora que a esquerda invadiu os espaços do caviar.
A outra iniciativa seria, evidentemente, uma gigantesca Right Parade, que fosse da Fonte Luminosa à Quinta da Marinha numa Longa Marcha à qual se juntariam, pelo caminho, todos os que têm tido medo de «assumir-se» mas logo o perderiam, à vista da multidão qual caudal das avenidas lisboetas depois de uma chuvada.
Desta forma, assim assumida, a direita revelaria finalmente o que não tem feito nas urnas. A começar pela sua existência.