Coitadinho do renovador
Não me faz pena nenhuma ver o Carlos Sousa ir embora da Câmara de Setúbal. Viveu pelo partido, morreu pelo partido, e não percebo como é que ainda há comunistas "renovadores" dentro do PCP. Como é que alguém pode ser considerado como tal e assistir impávido e sereno a todas as expulsões, purgas, perseguições e difamações que os comunistas sempre fizeram aos seus próprios camaradas que se afastavam da linha oficial? Agora, foi a vez dele. Não foi o primeiro e não será o último. Também me parece absurdo, como o meu partido, o PSD, quis inicialmente (e o meu amigo Pedro Correia aqui defendeu), antecipar eleições. Temos que perder esta mania terceiro-mundista de achar que se vota em "pessoas" (salvo, evidentemente, para a presidência da república) e não em listas partidárias, tanto mais que agora há a possibilidade de quem quiser concorrer em listas de independentes. O PCP tem todo o direito de indicar o sucessor de Sousa desde que o faça dentro das regras. Se a Justiça provar que houve tantos envolvidos naquela tramóia que já não há quem possa tomar conta do cargo, aí então que se façam eleições.
O que mais me irrita no meio de tudo isto é que até sexta-feira (não li os jornais de fim-de-semana, salvo o DN de ontem), não tinha visto ninguém explicar-me quanto é que custou aos contribuintes a antecipação das reformas dos funcionários da Câmara de Setúbal. Quanto é que o "renovador" gastou do dinheiro dos impostos dos portugueses para beneficiar um pequeno grupo, fazendo a chamada "cortesia com chapéu alheio"?