O ópio do povo (10)
Percebo ainda menos de futebol do que de política, o que me torna um caso raríssimo da blogosfera portuguesa, onde pululam grandes especialistas nas duas matérias. Porém, em dia de estreia da selecção, também quero deixar a minha análise, que é a seguinte. Cenário I (Negro): A equipa nacional, como é costume, entra nervosinha em campo e, a determinada altura da primeira parte, os angolanos aproveitam uma nabice qualquer da defesa e marcam. Os nossos jogadores, com a sua habitual fragilidade emocional, ficam ainda mais nervosos, atacam desordenadamente, falham golos de baliza aberta e acabamos por levar o segundo dos angolanos, em contra-ataque, a 5 minutos do final. No próximo jogo, ainda mais nervosos e incapazes de lidar com a pressão, conseguimos, no máximo, um empate, começamos a calcular as "hipóteses matemáticas" para o último, a ter que ganhar por não sei quantos golos e, desde que o Irão não ganhe por mais de não sei quantos, etc, etc, e estamos lixados. Cenário II (Cor-de-Rosa): A equipa nacional, como é costume, entra nervosinha em campo e, a determinada altura da primeira parte, os nossos aproveitam uma nabice qualquer da defesa angolana e marcam. Ganhamos confiança e metemos mais dois ou três. Entramos sobranceiros e cheios de auto-estima nos outros jogos e classificamo-nos facilmente. A partir daí, como é em eliminatória, tudo é possível. Mas não devemos ir longe.