Em defesa da Ordem (1)
O que acaba de acontecer na Lusa demonstra bem por que motivo as questões da deontologia profissional dos jornalistas devem estar fora da alçada do sindicato. Ao decidir como decidiu, a favor da Direcção de Informação e contra três jornalistas da agência noticiosa, aliás sem nenhum motivo sólido a alicerçar tal posição, o Conselho Deontológico (CD) do sindicato coloca-se a si próprio numa posição insustentável. Em última análise, uma entidade patronal pode despedir jornalistas com o beneplácito do sindicato, por interposto CD! Esta duplicidade tem de acabar. As questões do foro deontológico devem sair da alçada sindical, passando a ser dirimidas por uma ordem profissional, que terá como missão prioritária a elaboração de um código deontológico realmente digno desse nome. É o que já sucede noutras profissões sujeitas a regras deontológicas específicas, como a advocacia ou a medicina.